quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mapeamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro


O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Fundação Cultural Palmares (FCP), realizaram o Mapeamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro nas capitais e regiões metropolitanas dos estados de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, e Rio Grande do Sul. O projeto foi executado pela Associação Filmes de Quintal, instituição habilitada por meio de edital público. Sua realização é resultado de um longo processo de mobilização e de luta dos povos de terreiro por reconhecimento e respeito às suas tradições e ancestralidade, e plena efetividade dos seus direitos territoriais, sociais, culturais e econômicos.

O objetivo do mapeamento é conhecer a realidade dos terreiros das quatro capitais e regiões metropolitanas pesquisadas: quem são, onde estão localizados, suas principais atividades comunitárias, situação fundiária, infra-estrutura, entre outros aspectos sócio-culturais e demográficos. Buscou-se, dessa forma, construir um rico banco de dados que norteará as políticas públicas junto às comunidades de terreiro, com ênfase na promoção da segurança alimentar e nutricional. O número total de casas pesquisadas, no período de maio a agosto de 2010, foi de 4.045, sendo 1089 na Região Metropolitana de  Belém, 353 na Região Metropolitana de Belo Horizonte;  1342 na Região Metropolitana de Porto Alegre e 1261 na Região Metropolitana de Recife. 

A pesquisa enfatizou a dimensão comunitária e o caráter étnico, considerando a organização social e o trabalho tradicionalmente desenvolvido pelos povos de terreiro. Os terreiros desempenham um papel extremamente importante na promoção da segurança alimentar e nutricional das comunidades em que vivem e atuam. Nesses espaços, marcados pela solidariedade social,  é prática comum a distribuição de alimentos, a valorização dos alimentos saudáveis, diversificados e culturalmente adequados.

Os povos de terreiro também se destacam pela diversidade compondo um cenário extremamente plural: candomblé, umbanda, batuque, nação, tambor de mina, xambá, omolocô, pajelança, jurema, quimbanda, xangô, dentre outras variantes. Importante ressaltar que a nomenclatura para a catalogação das comunidades de terreiro respeitou a auto-definição informada pelo responsável pela casa, com exceção das grafias referentes aos “Regentes” para os quais adotou-se um padrão de escrita para possibilitar comparações dos dados. Destaca-se também que somente foram publicizadas as informações referentes aos terreiros cujos responsáveis autorizaram por escrito.

O mapeamento construído com o protagonismo e a participação dos representantes de terreiro é parte integrante da estratégia do Governo Federal para a efetivação das políticas afirmativas, de respeito e fortalecimento da diversidade étnico-racial e de promoção da soberania alimentar no Brasil.

Mãe Fátima de Oxum Ninin
Ilê Axé Oxum Ninim - Maranguape II - Paulista PE

Link para o mapeamento realizado na Região Metropolitana de Recife - http://www.mds.gov.br/sesan/terreiros/paginas/terreiros_recife.htm

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