sábado, 31 de dezembro de 2011

Matéria sobre Livro Coco de Umbigada: Cultura Popular como Ferramenta de Transformação Social

 • 30 dezembro, 2011 • 

Dani Bastos estréia no mundo literário com o livro Coco de Umbigada: Cultura Popular como Ferramenta de Transformações Social. A obra, que deverá ser lançada em março, é o produto final da pesquisa financiada pelo Prêmio Bolsa Funarte de Produção Critica em Culturas Populares e Tradicionais 2010. Dani se debruçou sobre o Ponto de Cultura Coco de Umbigada da comunidade de Guadalupe.
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Dani Bastos em tempo de escrever (Foto: Tenely Sales)

Fonte: http://fernandomachado.blog.br/fatos-diversos-537/

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Secretaria de Cultura e Fundarpe lançam editais do Funcultura 2011/2012

27.12.2011 - 17h12

Secretaria de Cultura e Fundarpe lançam editais do Funcultura 2011/2012

Fundo de Incentivo injetará mais de R$ 33 milhões na produção artístico-cultural pernambucana
Ricardo Moura
Descrição da imagem
Evento aconteceu nessa terça no Teatro Arraial
A Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) lançam a edição 2011/2012 dos editais do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). O fundo injetará o aporte de R$ 33,5 milhões na produção cultural do estado. Para o Funcultura Independente serão disponibilizados R$ 22 milhões e para o Funcultura Audiovisual, R$ 11,5 milhões – R$ 3,5 milhões a mais do que no último edital.
   
Dando continuidade à política de co-gestão desenvolvida pela Secult-PE e Fundarpe, a comissão deliberativa, em consonância com a direção do Funcultura, decidiram implementar nos editais algumas modificações sugeridas pela sociedade civil e pelos produtores culturais a fim de atender suas necessidades.

Outra mudança se refere aos julgamentos. Com a intenção de reforçar a idoneidade, moralidade e imparcialidade da seleção, serão aumentados e explicitados os impedimentos quanto à inscrição e ou participação na equipe técnica de projetos por parte de funcionários da Fundarpe e Secult/PE, da comissão deliberativa, dos grupos de assessoramento técnico temático, bem como de seus cônjuges e/ou parentes de primeiro grau.

Para contemplar a temática da acessibilidade será orientado que todos os proponentes apresentem formatos comunicacionais acessíveis para as pessoas com deficiência, em suas múltiplas especificidades, seja auditiva, visual, motora ou intelectual. Devendo buscar ao máximo a adoção das providências necessárias para oferecimento de instrumentos de acessibilidade comunicacional, tais como: LIBRAS, Áudio Descrição e BRAILLE, respeitando a linguagem de cada projeto e as necessidades do público.

Para facilitar o processo de assinatura dos termos de compromissos será incluída, como anexo, a lista dos documentos que os proponentes que tiverem seus projetos aprovados deverão apresentar. Estas são algumas das mudanças que os editais 2011/2012 trarão. A diretoria do Funcultura reforça que só poderão inscrever projetos os produtores culturais que estiverem com suas inscrições devidamente atualizadas no Cadastro de Produtor Cultural (CPC).

O diretor do Funcultura, Emanuel Soares, esclarece ainda que as mudanças adotadas partiram das solicitações levantadas pelos próprios produtores culturais e que àquelas que este ano não puderam ser implementadas de forma mais aprofundada, serão prioridades para 2012. “Planejamos a partir do início do ano que vem manter um processo permanente de escutas e construção coletiva dos próximos editais, com a participação dos órgãos governamentais, dos produtores culturais e da sociedade civil como um todo. Com possibilidades concretas de reformulações estruturais e significativas, alterando inclusive a legislação do Funcultura para se adequar as novas demandas que surgirem”, explica.

Os editais terão inscrições abertas a partir de 16 de janeiro de 2012, no entanto os prazos para seus términos são diferenciados.

Funcultura Independente
Inscrições: 16 de janeiro a 29 de fevereiro de 2012.
A partir da data de término de apresentação dos projetos, a Comissão Deliberativa do FUNCULTURA/SIC terá previsão de 120 (cento e vinte) dias para divulgar a relação dos projetos que serão incentivados, podendo este prazo ser adiado por decisão da maioria dos integrantes da Comissão Deliberativa.

Funcultura Audiovisual
Inscrições: 16 de janeiro a 17 de fevereiro de 2012.
Publicação na Internet dos projetos selecionados para análise técnica: até 7 de março de 2012
Lembrando que os produtores culturais têm o prazo limite de 12 de janeiro para atualizarem seus cadastro no Cadastro de Produtor Cultural (CPC) para concorrer neste Edital.

Para ter acesso aos editais do Funcultura clique aqui

Oficinas de Capacitação – A diretoria de Formação da Secretaria de Cultura aproveita o lançamento do edital 2011/2012 para divulgar ações de formação que visam a completa formação e aperfeiçoamento do produtor cultural. A primeira leva de oficinas, com duração de 4 horas mas que irá percorrer todas as regiões do Estado, acontece a partir do dia 16 de janeiro e tem como principal objetivo tirar dúvidas dos produtores culturais a respeito das exigências dos editais. "Existem erros recorrentes, como não colocar o currículo da equipe principal do projeto, faltar com alguma documentação necessária, descumprir prazos, não entregar cartas de anuência. Também focaremos no preenchimento da planilha financeira. O objeto é diminuir a quantidade de projetos excluídos na fase de habilitação e colaborar para os projetos entrarem mais fortes na fase do mérito cultural", diz o diretor de formação da Secretaria de Cultura, Félix Aureliano.

Serão quatro horas de capacitação, onde o produtor sairá com suas dúvidas esclarecidas, além da cópia dos editais e da legislação. O material também estará disponível no site. A diretoria de Formação da Secult tem como meta, antes dos próximos editais a serem lançados em 2012 (independente e regionalizado), a execução de um plano de formação completo em torno do Funcultura. Começa com um curso de elaboração de projetos, de 75 horas. No momento do lançamento do edital, haverá uma nova capacitação sobre o edital. Após a divulgação dos aprovados, um novo curso, desta vez para auxiliar na gestão dos projetos e prestação de contas.

Para ter acesso ao calendário das capacitações clique aqui

http://www.fundarpe.pe.gov.br/secretaria-de-cultura-e-fundarpe-lancam-editais-do-funcultura-20112012

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Prêmio Agente Jovem de Cultura

Prêmio Agente Jovem de Cultura

Ministério da Cultura premia Iniciativas culturais de pessoas entre 15 e 29 anos.


O Ministério da Cultura publicou nesta quarta-feira, 14, no Diário Oficial da União (DOU), o edital Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais. Por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, o MinC vai premiar 500 iniciativas de jovens entre 15 e 29 anos. As inscrições para a premiação estarão abertas de 15 de dezembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012.
O edital é uma parceria entre o MinC – que investirá R$ 2,9 milhões – e os ministérios da Saúde (R$ 1 milhão) e do Desenvolvimento Agrário (R$ 600 mil), além da Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude (R$ 500 mil).
Podem concorrer ao prêmio iniciativas existentes e já concluídas nas áreas de comunicação, tecnologia, pesquisa, formação cultural, produção artística, intercâmbio e sustentabilidade. Cada selecionado irá receber premiação no valor de R$ 9 mil. Os premiados poderão se inscrever de acordo com a faixa etária: serão 200 bolsas para jovens entre 25 e 29 anos, número igual para aqueles que têm entre 18 e 24 anos e outras 100 para os jovens de 15 a 17 anos. As inscrições poderão ser feitas pela internet, por meio do SalicWeb, ou pelos Correios.
O edital terá duas fases: habilitação das propostas (análise documental eliminatória) e seleção (eliminatória e classificatória). Os projetos serão avaliados a partir dos seguintes critérios: criatividade, inovação e boas práticas;
impacto social da iniciativa; comprovação da qualidade e efetividade das estratégias de comunicação e de estratégias que promovam o empoderamento para o autocuidado; sustentabilidade valorização da cidadania e da diversidade cultural brasileira.
Para a secretária de Cidadania Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, é importante identificar e valorizar o que vem sendo feito por jovens que trabalham com a cultura no Brasil. “Esse prêmio é o primeiro passo de um processo de ação mais ampla e permanente, que vai envolver trabalhos de fortalecimento da formação do agente jovem de cultura, incluindo bolsas de formação, com uma parceria, também, do Ministério da Educação (MEC)”, diz a secretária.
Clique aqui e acesse todas as informações sobre o edital.

Baixe aqui os arquivos do Edital:
Edital Agente Jovem de Cultura
Anexo 1 – Formulário de Inscrição
Anexo 2 – Declaração de Ciência
Anexo 3 – Declaração
Anexo 4 – Formulário Recurso – Fase Habilitação
Anexo 5 – Formulário Recurso – Fase Seleção

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/14/agente-jovem-de-cultura/

sábado, 17 de dezembro de 2011

Encerramento da Oficina de Gestão e Produção Cultural - Elaboração de Projetos em Lagoa do Carro - PE

Foto: Zé Ricardo

A Oficina de Gestão e Produção Cultural - Elaboração de Projetos teve seu encerramento na sexta-feira dia 16 de dezembro de 2011 com entrega de certificados aos participantes.
Além da iniciação no conhecimento de elaboração de projetos os participantes tiveram noções básicas aos conteúdos de planejamento estratégico, organização documental, formação de equipes com competências complementares e prestação de contas.
Esta iniciativa  tem o incentivo cultural do Prêmio Tuxaua 2010/ Secretaria de Cidadania Cultural/ Ministério da Cultura.

Outras Fotos


A Produtora Cultural e Oficineira de Gestão e Produção Cultural Dani Bastos
Dia 13 de dezembro de 2011
Foto: Zé Ricardo

A Produtora Cultural e Oficineira de Gestão e Produção Cultural Dani Bastos com o B.boy Vandu do Movimento Cultural Hip Hop de Paudalho
Dia 15 de dezembro de 2011
Foto: Zé Ricardo

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Divulgação da Oficina de Gestão e Produção Cultural - Elaboração de Projetos

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lagoa do Carro recebe oficina cultural até esta sexta (16)

Dani Bastos ministrando oficina. Foto: Zé Ricardo

Até esta sexta-feira (16), das 14h às 16h, no Centro Multicultural de Lagoa do Carro, será realizada a Oficina de Gestão e Produção Cultural com foco na elaboração de projetos, que é ministrada pela produtora cultural Dani Bastos. A oficina disponibiliza 30 vagas com inscrições gratuitas. Esta iniciativa  tem o incentivo cultural do Prêmio Tuxaua 2010/ Secretaria de Cidadania Cultural/ Ministério da Cultura. Mais informações no blog http://terreirosdatradicao.blogspot.com/2011/12/oficina-de-gestao-e-producao-cultural.html.

http://agendaculturaldorecife.blogspot.com/2011/12/lagoa-do-carro-recebe-oficina-cultural.html

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Oficina de Gestão e Produção Cultural - Elaboração de Projetos



A Oficina de Gestão e Produção Cultural com foco em elaboração de projetos ministrada pela produtora cultural e Tuxaua Dani Bastos está sendo realizada no Centro Multicultural de Lagoa do Carro - PE, no período de 12 a 16 de dezembro de 2011, no horário de 14 às 16h em parceria com a Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto do município de Lagoa do Carro - PE.


Foto: Zé Ricardo

Foto: Zé Ricardo

A Oficina disponibiliza 30 vagas e as inscrições são gratuitas.


 Foto: Zé Ricardo

Foto: Zé Ricardo

A Oficina de Gestão e Produção Cultural - Elaboração de Projetos é tem o incentivo cultural do Prêmio Tuxaua 2010 / Secretaria de Cidadania Cultural /Ministério da Cultura.


Agradecimentos: Isabel Gonçalves Bezerra - Secretária de Cultura, Turismo e Desporto de Lagoa do Carro - PE

Ficha Técnica
Dani Bastos - Coordenação Geral e Oficineira de Gestão e Produção Cultural
Zé Ricardo - Fotógrafo e Assistente de Produção

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Inscrição Cadastro Cultural do Recife

O Cadastro Cultural do Recife está com o período de inscrições aberto até o dia 16 de dezembro de 2011 na sede do Conselho Municipal de Política Cultural, situada no Pátio de São Pedro - Casa 8.

Para se inscrever no Cadastro Cultural do Recife, o artista deverá atender aos seguintes critérios.
ARTES VISUAIS | DESIGN | ARTESANATO | PATRIMÔNIO E ARQUITETURA | AUDIOVISUAL | LITERATURA | MÚSICA | ARTES CÊNICAS. 
·         Atuar na cidade do Recife como profissional da área;
·         Diploma de Curso Técnico ou Superior (graduação ou pós-graduação), na área específica;
·         Comprovante de atuação profissional na área por no mínimo 03 (três) anos, através de portfólio, currículo, fotos, matéria de jornal, catálogos de exposições e filiação às entidade representativas.
·         Apresentar xerox dos documentos: RG | CPF | comprovante de residência.
RPA
·         Ser residente na RPA e maior de 16 anos;
·         Apresentar xerox dos documentos: RG | CPF | comprovante de residência.
FÓRUM TEMÁTICO DE CULTURA
·         Ser membro do Fórum Temático de Cultura do Orçamento Participativo e maior de 16 anos;
·         Apresentar xerox dos documentos: RG | CPF | comprovante de residência.
INSTITUIÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS | CICLOS CULTURAIS | PRODUTORES CULTURAIS
·         Estatuto Social;
·         CNPJ;
·         Comprovante de atuação profissional na área por no mínimo 03 (três) anos, através de portfólio, currículo, fotos, matéria de jornal, catálogos de exposições e filiação às entidades representativas;
·         Ata de posse da diretoria e documento nomeando representante legal, de acordo com procedimento previsto pelo Estatuto Social.
·         Apresentar xerox dos documentos: RG | CPF | comprovante de residência.
TRABALHADORES DA CULTURA
·         Diploma de Curso Técnico ou Superior (graduação ou pós-graduação), na área específica;
·         Para os trabalhadores do setor privado, comprovante que trabalha na área cultural por no mínimo 03 anos, através de carteira profissional fornecida pelo Ministério do Trabalho;
·         Para os trabalhadores do setor público, comprovante de órgão governamental de fazer parte de seu quadro funcional por no mínimo 03 anos.
·         Apresentar xerox dos documentos: RG | CPF | comprovante de residência.


VALIDAÇÃO DO CADASTRO
Como forma de garantir as propostas nas linhas de ação, todas as inscrições no Cadastro Cultural serão avaliadas e validadas por uma equipe de profissionais ligada a cada segmento cultural atendido pelo programa.

LOCAL DE ATENDIMENTO
Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC
Pátio de São Pedro | Casa 08
São José - Recife - PE - CEP.: 50.020-240
Contato: 3355.3298 | 3355.3299
E-mail: cadastrocultural@recife.pe.gov.br

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Secult-PE recebe inscrições para oficina O Avesso da Cena, de produção e gestão cultural

Secult-PE recebe inscrições para oficina O Avesso da Cena, de produção e gestão cultural

Interessados têm até a próxima segunda-feira, 05/12, para efetuarem suas inscrições
Divulgação
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O produtor e gestor cultural Romulo Avelar ministra oficina no Recife
A SECULT-PE, em parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), promove em Recife, a Oficina O AVESSO DA CENA - Produção e Gestão Cultural, que oferece 50 vagas gratuitas para grupos, artistas e técnicos das Artes Cênicas. As aulas, ministradas pelo produtor e consultor nas áreas de produção, planejamento e gestão cultural, Romulo Avelar serão realizadas de 10 a 12 de dezembro, no Museu do Estado de Pernambuco - MEPE. As inscrições podem ser realizadas até 05 de dezembro (2ª feira), através do email artescenicas@secult.pe.gov.br.

Nos três dias de programação da oficina, que tem carga horária total de 20 horas, serão abordados conteúdos fundamentais à realização de projetos e à gestão de carreiras de artistas, grupos e entidades culturais, provocando reflexões sobre os processos de produção e gestão e contribuindo para a racionalização de procedimentos, em busca de resultados mais efetivos e maior qualidade nas ações desenvolvidas na área.

Os inscritos receberão confirmação de sua vaga, através de email, até o dia 06 de dezembro (3ª feira). Só receberá o certificado o participante com frequência acima de 80% da carga horária da oficina.

Confira FICHA DE INSCRIÇÃO

Confira CONTEÚDO PROGRAMÁTICO da oficina

OFICINA O AVESSO DA CENA

Dia 10/12

14h às 18h
- Introdução;
- O Contexto Cultural;
- A Linguagem do Produtor e do Gestor.

Dia 11/12

 8h30 às 12h30
- A linguagem do Produtor e do Gestor.
14h às 18h
- Etapas de uma produção (Pré-produção; checklists).

Dia 12/12

8h30 às 12h30
- Etapas de uma produção (Produção).
14h às 18h
- Etapas de uma produção (Pós-produção);
- Gestão de Grupos e Entidades Culturais.

SERVIÇO:
Oficina o Avesso da Cena

Ministrante: Romulo Avelar
Inscrições: até 05/12/2011, pelo email artescenicas@secult.pe.gov.br
Aulas: 10 a 12 de dezembro de 2011
Local das aulas: Museu do Estado de Pernambuco – MEPE (Av. Rui Barbosa, 960 – Graças – Recife)
Realização: SECULT-PE - Coordenadoria de Artes Cênicas | Funarte/MinC

ROMULO AVELAR

Administrador. Produtor e gestor cultural, responsável pela produção e direção de diversos espetáculos musicais. Estudou na Escola de Produção Cultural da Fundição Progresso do Rio de Janeiro, atuou em empresas como Fiat, MBR e Teatro Alterosa, e na área pública, como Superintendente de Cultura de Contagem, Diretor de Promoção da Fundação Clóvis Salgado - Palácio das Artes, Assessor Especial da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e Presidente da Comissão Técnica de Análise de Projetos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Nos últimos anos, tem ministrado cursos nas áreas de produção, planejamento e gestão cultural, em várias cidades brasileiras. Atualmente trabalha como consultor de diversos grupos e entidades culturais, entre eles o Grupo Galpão e o Grupo do Beco. Autor do livro “O Avesso da Cena: Notas sobre Produção e Gestão Cultural”.

http://www.fundarpe.pe.gov.br/secult-pe-recebe-inscricoes-para-oficina-o-avesso-da-cena-de-producao-e-gestao-cultural

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

SECRETARIA DE CULTURA RECEBE PROPOSTAS ARTÍSTICAS PARA O CARNAVAL 2012

SECRETARIA DE CULTURA RECEBE PROPOSTAS ARTÍSTICAS PARA O CARNAVAL 2012
16:24 Terça-feira, 22 de Novembro de 2011



ARQUIVOS
Ficha de Inscrição
Os artistas ou as bandas que querem fazer parte da programação de palco do Carnaval Multicultural do Recife 2012 devem enviar suas propostas para a Gerência de Música da Secretaria de Cultura. A organização do Carnaval recebe o material até o dia 20 de dezembro.
Os interessados devem enviar as propostas - com ficha de inscrição, release, foto, CD e/ou DVD, telefone para contato e proposta de cachê - para a Secretaria de Cultura (endereço abaixo). O material será protocolado e encaminhado à seleção. Podem participar artistas e bandas de todo o Brasil. Os selecionados serão inseridos na grade das apresentações no período carnavalesco.

Serviço:Endereço para entrega das propostas:
Gerência de Música - Rua Montevideu, 114, Boa Vista.
Mais informações: 3355.1774

Horário de atendimento: das 9h às 13h

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um filme sobre o meio ambiente, preconceito racial e conflitos religiosos


Um filme sobre a espiritualidade, ecologia e conflitos do cotidiano urbano. Jardim das Folhas Sagradas oferece o debate sobre bissexualidade, intolerância religiosa e preconceitos étnicos, ao mesmo tempo em que expõe a intimidade do Candomblé e discute a degradação das áreas verdes nas cidades vitimadas pela especulação imobiliária.
É o resultado de um amplo projeto de pesquisa a respeito da religião afro-brasileira, um olhar revelador da sua intimidade. Parte de um conceito analítico, até crítico, sobre o Candomblé, e revela detalhes de uma crença pouco conhecida além dos círculos da sua existência. É nítida a espiritualidade dos personagens enquanto vivem dramas cotidianos. Aborda, com originalidade, assuntos expostos em O Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres (ambos de Nelson Pereira dos Santos) até Barravento, de Glauber Rocha.
Segundo Pola Ribeiro, uma das metas do filme é trabalhar acerca do mistério que envolve a cidade de Salvador e o Recôncavo baiano, falar da cultura da sua gente negra que, infelizmente, sempre foi vista e tratada com superficialidade. “Cada gesto, cada som, cada traje, comida, conceito e religião. A convivência com um mundo que se protegia nos seus fundamentos e que era ao mesmo tempo tratado como invisível pela mídia e pela sociedade, aguçava os meus sentidos”, afirma o cineasta.
Jardim das Folhas Sagradas traz no elenco excelentes atores baianos, desde nomes conhecidos como João Miguel (Estômago (2007) e Melhor Ator no Festival do Rio 2005 por Cinema, Aspirinas e Urubus  (2005)), aos estreantes no cinema nacional, mas de longa carreira no teatro baiano, a exemplo de Érico Brás (atualmente no quadro fixo do programa Tapas&Beijos, da TV Globo), Harildo Deda e Antônio Godi –  que encarna o protagonista da trama. Temos ainda Evelin Buccheger, Sérgio Guedes e experientes atores do Bando de

Teatro Olodum. A surpresa fica por conta das participações especiais das cantoras Mariene de Castro, debutando enquanto atriz, e Virgínia Rodrigues, tida pelo The New York Times como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu no Brasil nos últimos anos”, numa cena particularmente marcante dentro do filme.

Contradições e conflitos Além de ter um ator negro enquanto protagonista, Jardim das Folhas Sagradas surpreende ao mostrá-lo como um profissional bem sucedido. O ator Antônio Godi vive o bancário Bonfim, casado com Ângela (Evelin Buchegger) –  uma mulher branca e de crença evangélica. Bonfim conserva uma relação homossexual com Castro (João Miguel), mas depois de um acontecimento trágico, bombardeado por sonhos místicos e com a vida de cabeça pra baixo, resolve cumprir uma missão recebida no Candomblé: fundar o terreiro Ilê Axé Opô Ewê (Casa das Folhas Sagradas).
O local é afastado da cidade e apesar de estar em área bastante degradada preserva o contato entre natureza e religião. Porém, a segmentação ecológica enfrenta resistência de setores do próprio Candomblé, já que, segundo a tradição, a maioria das sessões é realizada com o sacrifício de animais – aspecto determinante para que o terreiro permaneça protegido pelos orixás –  e a desobediência a isto traz consequências funestas. Mas é esta a tradição que o moderno terreiro de Bonfim pretende confrontar.
Por meio de diversos conflitos, Bonfim experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando o aprendizado da força e sabedoria ancestrais do Candomblé para a superação dos obstáculos, numa Salvador marcada pela expansão e especulação imobiliárias.


O Diretor
Jardim das Folhas Sagradas é o primeiro longa-metragem da carreira de Pola Ribeiro, baiano que há muito atua com artes visuais. Segundo o diretor de cinema Bernard Attal, “A discussão social abordada no filme é comum ao negro de Nova York ao de Paris”. O filme teve première nacional no Festival do Rio 2010, com ótima recepção da classe artística e cinematográfica.
Após a exibição no Festival do Rio, diretor e equipe de Jardim das Folhas Sagradas atenderam ao convite da Fundação Palmares e o longa foi exibido na grade de atrações do seminário Qual a Parte Negra da Mídia?, em 4 de novembro de 2010, em Brasília.
Depois, em fevereiro/2011, participou da Seleção Oficial do Festival Panafricano (FESPACO), em Burkina Faso, país sediado na África e que organiza o maior festival sobre cinema negro no
mundo. Em abril deste ano foi exibido no Festival de Filmes Brasileiros de Los Angeles (EUA), de onde saiu laureado com o Prêmio de Melhor Fotografia (do diretor Antônio Luiz Mendes).
Jardim das Folhas Sagradas conta com o patrocínio da ANCINE, Ministério da Cultura- Governo Federal, Petrobrás, Eletrobrás, BNDS, Chesf, Infraero, Banco do Nordeste e do Governo do Estado da Bahia.

Estreias:

A estreia comercial nos cinemas será nas seguintes etapas:

4/ novembro: Salvador, Feira de Santana (BA), Petrolina (PE), Aracajú (SE),
Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) Brasília (DF) e Taguantiga (GO).

15/ novembro: Recife (PE).

25/ novembro: Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES), São Paulo e
                       Guarulhos (SP), e no Rio de Janeiro (RJ).


No blog está disponível a tabela de estreias nas cidades brasileiras. A mesma será atualizada à medida que novas praças definirem contrato de exibição.

Trailer, fotos em alta, ficha técnica e demais informações no site do filme:


Informações à imprensa:

Sandro Santana                                 
sandro_santana@hotmail.com
ascom@jardimdasfolhassagradas.com
71  9653 - 7993     

Studio Brasil
71  3013 - 8764
71  9244 - 3482
tatilrabello@yahoo.com.br    

Assista ao trailer - http://vimeo.com/29973378

domingo, 30 de outubro de 2011

V Caminhada dos Terreiros de Pernambuco


V Caminhada dos Terreiros de Pernambuco
DATA: 04 DE NOVEMBRO (próxima sexta-feira
Local de concentração: Marco Zero (Recife Antigo)
Horário: 15h

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Abertas inscrições para a I Oficina de Povos Tradicionais de Terreiro

Estão abertas as inscrições para selecionar participantes para a I Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros. A Chamada Pública foi divulgada hoje, 21 de outubro de 2011, no site do Ministério da Cultura.
A oficina – que acontecerá, de 27 a 30 de novembro, em São Luis, Maranhão – é uma iniciativa da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura e tem como objetivo subsidiar a construção de políticas públicas de cultura para Povos Tradicionais de Terreiros com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, reconhecendo seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais.
As inscrições poderão ser realizadas de 22 a 31 de outubro, mediante preenchimento de formulário pelo SALICWEB no endereço: http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/.
No ato da inscrição, deverão ser anexadas cópias dos seguintes documentos: comprovante de residência, CPF, RG, currículo (ou breve histórico de vida) e carta de indicação da liderança do terreiro ao qual o candidato pertence (quando for o caso de candidatar-se à categoria “Representante de Povos Tradicionais de Terreiros”). A inscrição será validada apenas se forem preenchidos todos os campos solicitados. Os inscritos serão avaliados e selecionados pela Comissão de Organização da Oficina de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros, conforme estabelece a Portaria Nº 28, de 12 de Agosto de 2011, Diário Oficial da União- seção 2.
Chamada Pública (clique aqui)
Tutorial para inscrição (clique aqui)
Inscrições on-line (clique aqui)http://www.cultura.gov.br/culturaviva/abertas-inscricoes-para-a-i-oficina-de-povos-tradicionais-de-terreiro/

sábado, 15 de outubro de 2011

Perseguição e intolerância aos Tambores e às religiões de Matriz Africana


Tambores e objetos sagrados apreendidos nos candomblés de Pernambuco pela polícia em 1938 - Recife PE.
Fotógrafo: Luis Saia

Trecho do artigo: *
A POLÍCIA NO ESTADO NOVO COMBATENDO O CATIMBÓ
Zuleica Dantas Pereira Campos
Profa. Adjunto III do curso de História- UNICAP. Doutora em História do Brasil

A importância dada ao papel da Imprensa se tornou referência na interventoria de Agamenon Magalhães. Ela foi tomada como estratégia fundamental para a construção dos ideais do Estado Novo em Pernambuco. Nesse sentido, era a própria reificação da “verdade”, da legitimidade, do discurso da competência e da sabedoria do Estado.
Essas ideias atingiam o cotidiano da população, imprimiam “valores”, na tentativa de apontar “os males sociais” a serem extirpados. Normas e condutas eram sugeridas à população, até mesmo no tocante ao vestuário. O alvo dessas recomendações eram principalmente as camadas pobres oriundas do campo17.
O jornal Folha da Manhã foi o porta-voz do Interventor. Para tanto, esse veículo de comunicação elegeu como um dos seus temas a problemática social. Dentre eles, receberam particular atenção os adeptos das religiões afro-umbandistas, identificados como casos de polícia.
Como já observamos, esses grupos, desde 1930, para poderem funcionar, eram obrigados a solicitar registro especial dos departamentos de polícia local que fixavam, inclusive, taxas18. Essa medida colocou os praticantes da Umbanda19 e das religiões afro-brasileiras20 numa situação dúbia. Teoricamente, os registros permitiam a prática legal da religião. Por outro lado, aumentavam o controle da polícia, como também a possibilidade de intimidação e extorsão. Solicitava-se às seitas, para efeito de registro, a apresentação do seu regulamento. Uma cópia do regulamento de uma das seitas, em funcionamento no Recife na década de 1930, apresentava as seguintes informações:

ESTATUTO DA SEITA AFRICANA EM ADORAÇÃO A SANTA BARBARA SITUADA A RUA FRANCISCO BERENGER Nº 147, LOGAR ENCRUZILHADA
Apolinário Gomes de Mota, babalorixá da referida seita em adoração aos encantados da Costa da África com os seus regulamentos seguintes:

Temos que oferecer os nossos sacrifícios a todos os encantados da Costa da África de conformidade com as ordens e respeito, conforme o rito da seita.
Temos que foncionar as festas depois dos sacrificios oferecidos
a todos os babarumael.
Não poderão os filhos dos santos ir dansar sem que primeiro
não cumpram com seus deveres.
Ir ao peji fazer o seu adobalê aos pés dos santos, aos pés do seu
babalorixá, aos pés de sua inan e sua mãi pequena e ao Ogan.
Não poderão os filhos de santo tomarem bebidas alcoolicas nem
fumarem na ocasião das festas.
Os filhos de santo na ocasião das manifestações terão o direito a
uma iabá como a uma toalha para enchugar todos aqueles que
estiverem manifestados tendo o cuidado para não deixar nem um cair,
estas resposabilidades caberão a mãi pequena e a todas as ilais.21

O estatuto normatizava, organizava os rituais, como também procurava descrever minuciosamente os direitos e deveres de cada participante. Dessa forma, o regulamento revela uma normatização dos rituais, assim como, as relações de poder entre os praticantes da religião. Como assinala Foucault, o poder deve ser analisado como algo que circula, como algo que funciona em cadeia. Nas suas malhas, os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer esse poder e de sofrer sua ação. Nunca são o alvo inerte ou consentivo do poder; são sempre centros de transmissão. O poder não se aplica aos indivíduos, passa por eles22.
A percepção do poder estava configurada nas manifestações organizativas da sociedade, em termos de ação, dominação, carisma, autoridade, disciplina e controle. O poder se esboçava, também, a partir da força física dos aparelhos institucionalizados que faziam valer suas decisões. Nessa forma de coerção, ele produz efeitos na sociedade.
Esses efeitos tornam-se mais visíveis quando o secretário de Segurança Pública do Estado de Pernambuco, Etelvino Lins, expede a Portaria proibindo o funcionamento dos Centros Espíritas, baseando-se na Constituição de 1937, que permitia a liberdade de expressão a todos os brasileiros, mas que coibia as práticas viciosas que corrompem e degradam as pessoas. Justificava que era dever das autoridades combater essas práticas, exercendo, assim, a defesa do Estado e da Sociedade.
Sobre o assunto, José Campello, Redator-Chefe da Folha da Manhã, escreve:
A Secretaria de Segurança baixou uma portaria prohibindo em todo o
território pernambucano o funccionamento de seitas africanas e
gabinetes de “sciencias” herméticas. Já tivemos ocasião de analisar em
nossa secção de comentários o acto do sr. Etelvino Lins, focalizando
alguns dos seus aspectos e das sua conseqüências mais úteis á
collectividade. Mas a medida é de tamanha significação para os
nossos costumes e a hygiene mental da cidade, que não perde o
público por insistirmos no assumpto, adduzidos novos argumentos
áquelles primeiros commentarios23

De acordo com Yvone Maggie, a magia, desde os tempos coloniais, dispõe de mecanismos reguladores das acusações a “bruxos e feiticeiros” nos terreiros e locais de culto. No ntanto, foi a partir da República, com o Decreto de 11 de outubro de 1890, que o Estado criou  mecanismos reguladores do combate aos feitiços, instituindo o Código Penal. Três artigos dizem respeito a esta questão: o artigo 156, que se refere à prática ilegal da Medicina; o artigo 157, que estabelece como crime a prática do Espiritismo, da Magia, da Cartomancia, do uso de talismãs, como também a de subjugar a credulidade pública; e, por fim, o artigo 158, que proíbe a prática do curandeirismo24.
Para a autora, o Estado passou, dessa forma, a intervir nos assuntos da magia no combate aos feiticeiros, regulando acusações, criando juízos especiais e pessoal especializado. À medida que os anos passavam, instituições iam sendo criadas na Polícia, para regular este combate, identificar e punir aqueles que eram considerados produtores de malefícios25. Assim, essa ação já formalizada pelo Estado veio a ser utilizada com mais intensidade em Pernambuco, apoiando-se no Capítulo 2 da Constituição Federal dos Estados Unidos do Brasil. Nele, o artigo 122, parágrafo 4, afirma:
Todos os indivíduos de diferentes confissões religiosas podem exercer
pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e
adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum, as
exigências da ordem pública e dos bons costumes.26
No artigo 141, deste mesmo Capítulo, se encontra:
7º Parágrafo – É inviolável a liberdade de consciência e de crença e
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos, salvo os que
contrariem a ordem pública ou os bons costumes. As associações
religiosas adquirirão personalidade jurídica na forma da lei civil.
8º Parágrafo – Por motivo de convicção religiosa, filosófica ou
política, ninguém será privado de nenhum dos seus direitos, salvo se o
invocar para se eximir de obrigação, encargos ou serviços impostos
pela lei aos brasileiros em geral, ou recusar os que ela estabelecer em
substituição daqueles deveres, a fim de atender escusa de
consciência27.

O combate ao “catimbó” tinha uma justificativa legal. Sendo assim, as instâncias do poder se eximem do que é praticado, mas acabam incorporando a crença. Se existem catimbozeiros, feiticeiros, embusteiros, é porque se acredita nesse tipo de feitiçaria.
Como assinala Foucault, não existe o discurso do poder de um lado e, em face dele, um outro contraposto. Podem existir discursos diferentes e mesmo contraditórios, dentro de uma mesma estratégia; podem, ao contrário, circular, sem mudar de forma, entre estratégias opostas28.
Essas medidas também expressam o pensamento do Interventor Federal e de seu secretariado. Tomando o Catolicismo como religião oficial do Brasil, empenharam-se na tentativa de apagar da sociedade todas aquelas práticas religiosas que “ameaçavam” a doutrina social cristã, propagada na época.
A Folha da Manhã, de propriedade de Agamenon Magalhães, veiculava a doutrina proposta através do processo de “catequização” da sociedade. Os afroumbandistas deveriam ser desconstruídos, marginalizados e, finalmente, silenciados.
Uma estratégia encontrada foi dar visibilidade às ações praticadas pela Polícia.
Tais ações eram divulgadas, pelo jornal, repetidamente, no período de 1938 a 1945. Eram inúmeras as matérias, com o objetivo de doutrinar, educar, alertar a sociedade para o mal dessas práticas, apresentadas como perniciosas e criminosas. Nas matérias de jornal, os afro-umbandistas eram tratados com expressões preconceituosas, como: catimbozeiros, curandeiros, feiticeiros perigosos, exorcistas, embusteiros, exploradores, patifes, covardes sem escrúpulos, malandros, cavadores de vida fácil.
A estratégia de guerra, de combate, aponta para a construção de um clima social em que a Polícia se apresenta com grande eficiência. As manchetes do jornal são reveladoras da construção dessa representação:
“A polícia no 2º districto combate o baixo espiritismo”29
“Combatendo o Catimbó”30
“Guerra aos catimbozeiros”31
“Combate a magia negra: mais um culto devassado pela polícia”32
“Combatendo os feitiços”33
“A Delegacia de Vigilância Combate a baixa magia”34
“Combatendo os exploradores da crendice popular”35
A palavra combate aparece repetidamente e traz, junto a ela, o efeito de sentido pertinente à eficiência da Polícia. O combate é a guerra, a busca do extermínio de elementos e práticas considerados “dissolventes da sociedade”. É um discurso que busca, através da repetição, infundir na opinião pública que a guerra ou o combate travado entre a polícia e os “catimbozeiros” era eficaz. Em outras palavras o “bem” estava vencendo o “mal”.
Nessa guerra estabelecida do “bem contra o mal”, a palavra contra aparece constantemente:
“Contra o baixo espiritismo”36
“Campanha contra catimbozeiros”37
“Contra o espiritismo e a falsa medicina”38
“Contra o espiritismo” 39
“Contra os catimbozeiros”40
“Contra a baixa magia”41
“Diligência contra catimbozeiros”42
“Contra a atividade dos catimbozeiros”43
É possível observar que a polícia é representada como estando numa campanha das mais intensas. A palavra contra funciona numa relação de força, ou seja: a ordem contra a desordem, a lei contra o crime, o Estado contra o catimbó. Nesses dizeres, a palavra contra também se remete a um outro efeito de sentido: a situação está sob controle, porque estamos diante de um aparato policial forte e determinado que controla, reprimindo as forças contrárias.
Diante das constantes manchetes que anunciavam o “combate”, a guerra, “contra” os catimbozeiros, a palavra “repressão” foi pouco utilizada pelo jornal:
“Repressão aos Catimbozeiros”44
“Repressão ao baixo espiritismo”45
A segunda manchete é apresentada quatro vezes. Nesse sentido, de 1937 a 1945, período em que estudamos as matérias do jornal, a palavra “repressão” apareceu apenas cinco vezes nas manchetes referentes à pratica da Polícia com relação aos afroumbandistas.
Portanto, nesse caso, era necessário incutir na população muito mais um clima de guerra, de combate, que, propriamente, de repressão. Era importante, nesse processo de desconstrução, que ficasse claro: ali se estabelecia uma guerra contra bandidos. E a polícia representava não só o aparato estatal mas também os heróis, os protetores dos cidadãos de bem.
A estrutura dos relatos no jornal é sempre a mesma, quer seja o acusado incriminado por prática ilegal da Medicina, falso Espiritismo ou Curandeirismo, pois a acusação sempre se refere a práticas vistas como capazes de produzir malefícios ou à prática da mistificação:
Foram presos de ordem do Comissario Maranhão, as catimboseiras
Francelina Pereira da Silva, Isabel Pereira do Nascimento, Leonor
Pereira da Silva na ilha de Nictheroy em Afogados.
Tambem foi presa a rua Amador Araujo 95, Areias, a mulher Anna
Alves de Oliveira, vulgo "caboclinha" quando exercia a baixa magia
tendo se "manifestado" perante os investigadores 22 e 49. A policia
apprehendeu cartas, bilhetes, bloco para receitas, receituarios, etc.
etc.46
A polícia, ao divulgar a prisão de acusados por crime de catimbó, sempre repete de quem foi a ordem. No caso das “catimbozeiras” acima citadas, de ordem do comissário Maranhão. A maior parte das matérias são finalizadas, dizendo “A polícia apreendeu”, e aí vem citado, minuciosamente, todo o material apreendido. O leitor do jornal deverá acreditar que os acusados são culpados, pois as provas do crime estão materializadas nos objetos. A arma do crime, no caso, é o próprio crime: a prática ilegal do catimbó materializada nos objetos apreendidos.

17 Cf. ALMEIDA,M.G. A. A. op. cit.,1995.
18Cf. BROWN, D. Umbanda Religion and Politics in Urban Brasil. Michigan: Um Research Press,
1986.
19 Religião formada no Brasil por uma seleção de valores doutrinários e rituais, feitos a partir da fusão dos
cultos africanos, com a pajelança (ritual indígena) sofrendo ainda influências do catolicismo e do
espiritismo.
CACCIATORE, O. G. UMBANDA. In:_______. DICIONÁRIO de Cultos Afro-Brasileiros. 3. ed. Rio de
Janeiro: Forense Universitária,1988. pp.242-143.
20 Religiões de origem africana, reinterpretadas no Brasil pelos escravos e pelos seus descendentes. In:
RIBEIRO, R. Cultos Afro-Brasileiros do Recife: Um Estudo de Ajustamento Social. Recife:
IJNPS,1952.
21 FERNANDES, G. Xangôs do Nordeste: Investigação sobre os cultos negro-fetichistas do Recife.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1937. p. 23-24.
22 FOUCAULT, M. op. cit., 1997. p. 183.
23 CAMPELLO, J. Xangôs. Folha da Manhã, Recife, 27 jan. 1938, p. 3. Edição Matutina.
24 MAGGIE, Y. Medo do Feitiço: relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo
Nacional, 1992. p. 22.
25 Idem Ibdem. p.23.
26 BRASIL. Constituição (1937) Constituição Federal dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro:
Imprensa Nacional, 1946. p. 38.
27 Idem. p. 38.
28 FOUCAULT, M. op. cit., 1997.
29 Folha da Manhã, Recife, 28 out. 1937. p. 06. Secção O Dia Policial. Edição Matutina.
30 Folha da Manhã, Recife, 10 jul. 1938. p. 08. Edição Matutina.
31 Folha da Manhã, Recife, 18 set.1938. p. 10. Edição Matutina.
32 Folha da Manhã, Recife, 14 mar. 1939. p. 12. Edição Matutina.
33 Folha da Manhã, Recife, 20 mar. 1939. p. 12. Edição Matutina.
34 Folha da Manhã, Recife, 24 out. 1940. p. 05. Edição Matutina.
35 Folha da Manhã, Recife, 10 abr. 1943. p.07. Edição Matutina.
36 Folha da Manhã, Recife, 08 mai. 1938. p. 08. Edição Matutina. ; Folha da Manhã, Recife, 06 jul.
1938. p. 08 Edição Matutina.; Folha da Manhã, Recife, 27 jul. 1938. p.12. Edição Matutina.; Folha da
Manhã, Recife, 12 fev. 1939. p. 12. Edição Matutina.
37 Folha da Manhã, Recife, 09 jul. 1938. p. 08. Edição Matutina.
38 Folha da Manhã, Recife, 17 ago. 1938. p. 12. Edição Matutina.
39 Folha da Manhã, Recife, 19 ago. 1938. p. 12. Edição Matutina.
40 Folha da Manhã, Recife, 23 ago. 1938. p. 12. Edição Matutina.
41 Folha da Manhã, Recife, 03 jun. 1939. p. 12. Edição Matutina.
42 Folha da Manhã, Recife, 29 set. 1939. p. 12. Edição Matutina.
43 Folha da Manhã, Recife, 06 nov. 1940. p. 05. Edição Matutina.
44 Folha da Manhã, Recife, 17 out. 1938. p. 06. Edição Matutina.
45 Folha da Manhã, Recife, 09 fev. 1939. p. 12. Edição Matutina. ; Folha da Manhã, Recife, 08 mai.
1943. p.07. Edição Matutina.; Folha da Manhã, Recife, 03 set. 1943. p.07. Edição Matutina.; Folha da
Manhã, Recife, 02 nov. 1943. p. 07. Edição Matutina.
46 Prisão de Catimboseiros. Folha da Manhã, Recife, 03 jul. 1938. p. 08. Secção O Dia Policial. Edição
Matutina.
Revista Brasileira de História das Religiões – Ano I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859
Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas
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Tambores e objetos sagrados apreendidos nos Candomblés de Pernambuco pela polícia em 1938 - Recife PE.
Fotógrafo: Luis Saia


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http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf2/texto%2016.pdf
http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/missao/fotos_frameset.html