terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger 2012/2013 abre inscrições em 11 de dezembro

Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger 2012/2013 abre inscrições em 11 de dezembro

Em sua 5ª edição, concurso é ampliado e soma um total de R$ 120 mil em prêmios para três categorias
Prêmio Pierre Verger
Começam no dia 11 de dezembro e seguem até 8 de março de 2013 as inscrições para o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger 2012/2013, um dos maiores concursos para trabalhos fotográficos do Brasil. Nesta sua 5ª edição, o certame, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado (SecultBA), teve uma ampliação significativa: agora são R$ 120 mil distribuídos em três categorias – “Livre Temática e Livre Técnica”; “Fotografia Documental” e “Trabalhos de Inovação e Experimentação na Área de Fotografia” –, reforçando seu papel no intuito de incentivar, divulgar e valorizar a produção fotográfica brasileira. O edital e seus anexos estão disponíveis aqui.
Até sua 4ª edição, o concurso concedia prêmio único a um conjunto fotográfico de temática e técnica livres, para condecoração no valor de R$ 30 mil somada a apoio financeiro para a realização de uma exposição individual em Salvador e publicação de um catálogo com o ensaio, totalizando então um investimento de R$ 60 mil. Assim, a edição 2012/2013 tem um ganho orçamentária de 100%, transformando o prêmio original, em suas mesmas condições, na categoria “Livre Temática e Livre Técnica”, e criando dois novos prêmios de R$ 30 mil para as outras duas modalidades. Esta conquista é resultante do diálogo da classe de fotógrafos com a FUNCEB e a SecultBA, que demandou a extensão do prêmio para contemplação de trabalhos diferenciados na área.
O Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger é aberto para fotógrafos brasileiros ou estrangeiros com situação de permanência legalizada, maiores de 18 anos, que devem apresentar um projeto ainda não premiado no Brasil nem no exterior. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas exclusivamente via Correios. As fotografias devem ser apresentadas impressas, em formato de 20 x 30 centímetros, e serão avaliadas por uma comissão composta por três profissionais da Bahia e dois de outras localidades, todos indicados através de fóruns representativos do setor.
Criado em 2002, o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger é um concurso bianual. Em sua mais recente edição (2010/2011), registraram-se 109 inscrições, sendo 44 da Bahia e 65 de outros estados, como Amazonas, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. Uma comissão formada por José Carlos Mamede, Leonardo Costa Braga e Sérgio Burgi selecionou o fotógrafo mineiro Pedro David, que publicou um catálogo e realizou a exposição O Jardim, exibida no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) entre 28 de setembro e 28 de outubro deste ano.
Inscrições do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger 2012/2013
Período: 11/12/2012 a 8/3/2013
Via Correios: envio à CAIXA POSTAL 2485, CEP 40.020-970, Salvador/BA.
Inscrições gratuitas
Realização: FUNCEB/SecultBA

Fonte: http://ascomfunceb.wordpress.com/2012/12/10/premio-nacional-de-fotografia-pierre-verger-20122013-abre-inscricoes-em-11-de-dezembro/

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

04/12 – Inscrições para o Prêmio “Mulheres Negras contam sua História” podem ser feitas até 25 de janeiro

04/12 – Inscrições para o Prêmio “Mulheres Negras contam sua História” podem ser feitas até 25 de janeiro

Data: 04/12/2012
"Mulheres Negras contam sua História" vai premiar cinco melhores redações com R$ 5 mil. Cinco candidatas selecionadas na categoria “Ensaio” receberão R$ 10 mil. Inscrições poderão ser feitas no período de 21 de novembro de 2012 a 25 de janeiro de 2013
pr��mio mulheres negras contam sua hist��ria
Segue aberto até 25 de janeiro de 2013 o período de inscrição para o prêmio "Mulheres Negras contam sua História", da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). “Nossa pretensão é que as mulheres negras escrevam e possam trazer subsídios para a elaboração de políticas públicas”, afirmou a ministra Eleonora Menicucci, da SPM, no ato de anúncio da chamada pública, ocorrido durante os atos alusivos ao Dia Nacional da Consciência Negra.
O público-alvo do concurso é formado por mulheres autodeclaradas negras. Elas poderão participar com redações e ensaios, contar a história e a vida das afro-brasileiras na construção do país. O prêmio possui duas categorias: "Redação", com texto de no mínimo 1.500 até o máximo de 3.000 caracteres, e "Ensaio", com textos de 6.000 a 10.000 caracteres. Serão premiadas as cinco melhores redações com R$ 5 mil, e as cinco candidatas selecionadas na categoria “Ensaio” receberão R$ 10 mil.
O prêmio é uma iniciativa da SPM no resgate do anonimato das mulheres negras como sujeitos na construção da história do Brasil. O objetivo é estimular a
inclusão social das mulheres negras por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas pelas mulheres negras no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo.
Inscrições - As inscrições estão abertas desde 21 de novembro de 2012 e se encerrarão em 25 de janeiro de 2013. Somente mulheres autodeclaradas negras podem participar do concurso.
As inscrições somente serão aceitas mediante o envio dos textos, em formato de texto, nas categorias "Redação" e "Ensaio". Deverão ser efetuadas pelo endereço: premiomulheresnegras@spmulheres.gov.br ou postadas pelo correio para o endereço: Prêmio Mulheres Negras contam sua História - Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República - Praça dos Três Poderes Via N1 Leste, s/n Pavilhão das Metas. CEP 70150-908 Brasília - DF.
Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Oyá - A mulher que vira búfalo



"Ela assume também a forma de um búfalo africano (...) Isso se explica pelo fato de Oyá ter o hábito de ficar invisível, só para reaprarecer em lugares onde é menos esperada." do livro Oya - Um louvor à Deusa Africana, Judith Gleason

Acarajé


 
Acarajé, comida ritual da orixá Oyá/Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. Devido ao modo de preparo, o prato recebeu esse nome.

Oyá - Uma Deusa Africana

 

"A Deusa Oya, Orixá Oya, de origem africana, manifesta-se sob várias formas naturais: o vento, que pode ser agradável e refrescante, mas especialmente o vento forte, quase um furacão; o fogo, que regenera e tudo envolve, mas sobretudo o raio rápido, nervoso e com direção certa..." do livro Oya - Um louvor à Deusa Africana, Judith Gleason

sábado, 1 de dezembro de 2012

A Moça Tecelã - por Marina Colasanti

A Moça Tecelã
Por Marina Colasanti



Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil.

" Se alguém tem de prosperar, não há empate para este fim."

 
"Se alguém tem de prosperar, não há empate para este fim." do livro Caminhos de Odu, de Agenor Miranda Rocha.